sexta-feira, 14 de novembro de 2008


Bom dia Querido Amigo!
 
Primeiramente peço desculpas pela demora quase que secular em te responder. Eu comecei a escrever, salvei na pasta de rascunhos e achei que tinha enviado.
Nem me fale em rotina do dia-a-dia. Eu vivo isso.
Parece que foi ontem que almoçamos no Felini. Foi muito bom. Espero você aqui!
 
E eu me emocionei muito lendo o se e-mail e me emocionei novamente relendo agora...(eu achei que já tinha te enviado). O importante é você ter a consciência das coisas em sua vida e ter a sabedoria. Ela brotou de você de uma forma espetacular. Na Gakkai temos verdadeiros amigos. Todos com defeitos e qualidades, mas com eles são diferentes porque eles conhecem a Lei!

Sabendo da sua história de vida, da sua pessoa, das mudanças, posso te dizer de coração que você é um dos meus maiores orgulhos como amigo. É como se você renacesse das cinzas, se tornasse uma flor de lótus no pântano. Você ganhou sabedoria e tirou de dentro de ti uma paz gigantesca.
 
Olha eu passei uns bocados, sabe?
 Todos nós temos um discurso fácil ao afirmar que é imprescindível haver respeito e consideração com todas as pessoas com quem convivemos, quer no plano pessoal ou profissional. Pensar e falar são coisas extremamente fáceis.
O grande desafio está no agir, no fazer, no praticar aquilo que se diz ou pensa como sendo o certo, o correto nas relações entre as pessoas. Não valemos pelo que pensamos, mas sim pelo que realmente fazemos.
A maioria das pessoas deixa de se manifestar sobre como percebe e sente o comportamento das pessoas com quem convivem. A racionalização por não dizer nada é baseada no argumento de que, 'afinal, ninguém é perfeito' e vai acumulando insatisfações, com reflexos inevitáveis nas relações.
O pior tipo de relacionamento que podemos praticar com as pessoas com quem trabalhamos e vivemos é o do silêncio. O silêncio fala por si só. Todas as coisas que prestamos atenção tendem a crescer. Se olharmos, tão somente os aspectos negativos de alguém, esses tendem a crescer aos nossos olhos.O inverso também parece ser fatal. Se dirigirmos nossas observações a respeito das questões positivas que todos nós temos, existe a grande possibilidade delas também crescerem. Os maus atacam os outros em vez de encararem suas próprias falhas. Em vez de destruir as outras pessoas, eles deveriam destruir o mal dentro de sua própria vida. Essas pessoas são caracterizadas por sua absoluta recusa em, tolerar seus próprios erros e defeitos...
 
Beijocas enormes e fique bem,
Sua amiga que te ama.
  

domingo, 2 de novembro de 2008

permitir-se

liberdade

Às vezes a gente tem de se permitir sofrer - ou permitir que o outro sofra.
Todos nós sofremos quando alguém sofre e não podemos ajudar. Em certos momentos é melhor não tentar interferir, apenas oferecer nossa presença e atender se formos chamados. Que o outro saiba que estamos ali.
Mas não se permitir o prazo normal de dor é irreal.
Quando é hora de sofrer não teremos de pedir licença para sentir - esgotar - a dor.
A dor incomoda.
A quietude perturba.
O recolhimento intriga e incomoda os demais: "Ele deve estar doente, deve estar mal, vai ver é depressão, quem sabe um drinkizinho, uma nova amante.." Para não se inquietarem, para não ter de "parar para pensar".
O luto é necessário - ou a dor ficará soterrada debaixo da futilidade, sua raiz enterrando-se ainda mais fundo, seu fogo queimando nossas últimas reservas de vitalidade, e fechando todas as saídas.
Não vou me alegrar jantando fora, quando perdi meu amor, perdi minha saúde e perdi meu amigo. Perdi minha ilusão.
Alguma coisa positiva vai nos fazer dar o primeiro passo para fora da UTI emocional (as vezes física) em que a perda nos colocou. Um dia espiamos para o corredor, passamos da UTI para um quarto, finalmente olhamos a rua e estamos de novo em movimento.
Ainda estamos vivos, ainda em processo, até morrer.